terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Está na hora de lagartear.


Independente da região onde meu caro leitor resida, tenho certeza de que aprecia lagartear.
Segundo o dicionário Houaiss, um dos significados deste verbo é aquecer-se ao sol, como faz o lagarto. Sem os exageros de anos atrás, quando - tenho certeza -  muitos de nós costumávamos ficar ao sol sem qualquer proteção e a qualquer horário, lagartear faz bem e pode renovar nossas energias.

Como convivo com o lagarto popularmente conhecido como teiú, é dele que posso falar. Segundo informações na Internet (Wikipédia, entre outros), o teiú é um dos maiores lagartos do Novo Mundo, podendo atingir até 2 metros de comprimento. Dos exemplares que dividem a propriedade comigo, um dos maiores deve ter aprox. 1,60 m (“de cabo a rabo”). Os recém-nascidos são lindamente esverdeados e causam bem menos impacto, mas têm crescimento relativamente rápido.

Após um bom período de hibernação, os mais atrevidos saem da moradia subterrânea em outubro e são prato cheio para curiosos como eu. Da janela costumo observar quando começam a lagartear por volta de 8 da manhã.  E, uma vez aquecidos, estão prontos para desbravar a região. Como a população de teiús tem aumentado anualmente, não são raros os momentos em que estão nas proximidades da casa, às vezes bebendo água, sim "senhô", em um dos recipientes originalmente preparados para as aves, perambulando pela varanda, curiosos para saber o que há na cozinha, ou mesmo dentro da cozinha. Neste caso tenho de confessar que solto um gritinho quando um teiú me pega de surpresa. Porém, independente de seu tamanho, ele é o primeiro a correr e desaparecer no jardim. Na fuga ele é extremamente rápido, quase “levanta voo”. No mais, acredito que a espécie seja inofensiva nesta situação específica, mas cautela vai sempre bem.  



Galinhas garnisés, seus ovos e pintinhos correm sérios riscos durante o verão todo. Entretanto, vale lembrar que ovos de cobra também são apreciados, garantindo – ao menos no que diz respeito ao meu jardim - mais um ponto positivo na avaliação do teiú.   


Muitos podem achar “um horror”, mas o teiú tem papel fundamental na limpeza do terreno, já que também aprecia carniça e faz excelente trabalho em parceria com os urubus. Aliás, se a gente parar para pensar, a natureza é muito sábia e nela nada se desperdiça. Para quem não se incomoda com cenas “menos apetitosas”,  recomendo o vídeo “reciclar”, todinho filmado em casa, provando que o convívio pacífico é possível: https://www.youtube.com/watch?v=m_H0moG4Fss

No menu do teiú também estão a grumixama e a gabiroba (também guabiroba), duas frutas suculentas e muito deliciosas, bastante comuns (e infelizmente pouco conhecidas) na região de Cunha. Neste caso sugiro um vídeo “light” com menu basicamente vegetariano:


Para o deleite de quem curte répteis, tenho para você, além dos vídeos sugeridos, algumas fotos feitas por mim e pelo meu marido. Tomara que você goste!  

Seja como for, 2016 chega ao final em altíssima velocidade e quero aproveitar para desejar a todos um novo ano com fé renovada, paz e harmonia, com muito tempo para curtir os amigos, a família e a nossa maravilhosa natureza!

Pretende entrar energizado em 2017? Então está na hora de lagartear!

 Renate Esslinger 

 

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