terça-feira, 14 de junho de 2016

ENTRA EM CAMPO NOSSO CANARINHO

Por Renate Esslinger
Fotos: Árpád Cserép
A Copa do Mundo 2014 passou, a seleção canarinho jogou o que conseguiu jogar. Aproveito para lembrar que a camisa amarelo-canário com detalhes verdes e o calção azul foram estreados em 1954, na Copa do Mundo da Suíça. A cor da camisa inspirou o falecido radialista Geraldo José de Almeida a criar o termo “seleção canarinho”.
Seja como for, não estou aqui para falar de futebol, menos ainda para julgar a seleção. Quero concentrar minhas emoções na ave que deu nome a um específico tom de amarelo.
Trata-se do canário-da-terra-verdadeiro, também chamado de canário-da-terra, canário-da-telha, canário-do-chão, canário-da-horta, cabeça-de-fogo, chapinha e canarinho, uma ave de linda plumagem e canto forte e estalado, frequentemente aprisionada.
O exemplar adulto do canarinho atinge aprox. 13,5 cm de comprimento, pesando em média 20 gramas. Os machos possuem cor predominante amarela e a cabeça apresenta tons avermelhados. As fêmeas não mudam muito, apresentando um tom cinzento amarelado. Como os machos são territoriais e agressivos com machos rivais, alguns passarinheiros resolveram criar a briga do canário, com apostas na ave vencedora. Uma prática condenável, sem dúvida.
Foto: Árpád Scerép
Foto: Árpád Cserép
O canarinho é uma espécie predominantemente granívora, considerada predadora e não dispersora de sementes porque o formato de seu bico permite esmagar e seccionar com maestria as sementes. Insetos fazem parte de seu cardápio ocasionalmente.
Faz ninhos cobertos, na forma de uma cesta, nos mais variados lugares.  Não raramente utiliza ninhos abandonados de outras aves, dando preferência à majestosa “casa” do joão-de-barro. Em média são chocados quatro ovos por aprox. 2 semanas.
Foto: Árpád Scerép
Foto: Árpád Cserép
O canarinho não chegou a desaparecer por completo de nossa região, mas seu número diminuiu consideravelmente, principalmente em função da aplicação de herbicidas, inseticidas e fungicidas, considerados defensivos agrícolas.
Foto: Árpád Scerép
Foto: Renate Esslinger
Infelizmente não posso dizer que ele está presente em massa em nosso jardim e arredores, mas tivemos a oportunidade de ver um ou outro exemplar perto de nós, permitindo o registro fotográfico de sua beleza.
Foto: Árpád Scerép
Foto: Árpád Cserép
A seleção canarinho saiu de campo, entra em campo nosso canarinho, pronto para conquistar seu coração e o título de campeão.
NOTA DO EDITOR:
Renate Esslinger e Árpád CSerép são verdadeiros aventureiros da Natureza. Adotaram, para sua prática de lazer e orientação em suas pesquisas, dentro do Projeto Canto Sem Fronteiras, a arte de fotografar e escrever sobre aves e pássaros.
A grande vantagem, para eles, é terem um verdadeiro "laboratório" em suas próprias terras, pois para lá "viajam" as mais variadas espécies desse maravilhosos serem alados.
Paciência, um bom equipamento, "olho clínico" e elevadas doses de sensibilidade são o combustível desse incrível casal para continuarmos a merecer, deles, artigos e fotos maravilhosos para ilustrarem nosso jornal eletrônico.
Marcos Ivan, diretor.

CULTURA: Cores de Cunha – Fauna e flora, uma relação de amor.

Uma aula de sensibilidade.
Uma lição de amor às coisas da Mãe Natureza.
Assim podemos definir a mostra fotográfica montada com trabalhos de Renate Esslinger e seu marido Árpád Scerép, colaboradores do Canal39. Eles são responsáveis pela coluna ”Câmera ao Alvo!”
Em conversa com o casal, na abertura da exposição organizada na Escola Carlito Maia, em Cunha, Renate explicou alguns detalhes de seu projeto, desenvolvido ao lado de Árpád.
A proposta é apresentar cores, formatos e dimensões em torno de nossa fauna e flora, ambas de forte personalidade e magnitude.
"Leveza"
"Leveza"
“Ao lidar com a natureza é preciso paciência e calma. Correr é inútil e “apertar o gatilho” (fotografar o assunto escolhido) requer sabedoria. O vento pode “retorcer” uma folha favoravelmente. Ou não. O sol pode colorir o cenário ou torná-lo imperceptível. O animal, independente de seu tamanho, alado ou não, respeita apenas seu próprio ritmo. Não podemos ditar absolutamente nada. Muitas vezes será necessário tirar uma série de fotos para, tantas vezes, guardar o equipamento sem ter alcançado o resultado esperado”, destacou Renate.
Um clique sobre a begônia "Formosura"
"Formosura"
Em sua interpretação da Natureza, Fauna e flora estão sempre de mãos dadas, numa verdadeira relação de amor. “A máquina fotográfica nos permite agir e interagir, registrar momentos singulares. Como o cotidiano vive atropelando as pessoas e não permite que elas observem seu entorno, menos ainda pequenos detalhes que fazem a grande diferença, convidamos o espectador a desacelerar e dialogar com as imagens”, salientou.
"Pendente"
"Pendente"
Para o casal, “Foto é arte, arte é educação e educação é desenvolvimento. Cores de Cunha – Fauna e flora, uma relação de amor, uma pequena mostra do que consideramos joias da natureza que nos cerca. Ao visitante caberá completar o ciclo de nossa obra”, finalizou.
SERVIÇO:
a Escola Carlito Maia fica na Praça Cel. João Olímpio, 91, no centro de Cunha;
a exposição estará aberta até 12 de julho, de 2a- a 6a-feira, das 10 às 12 horas e das 14 às 17 horas;
a exposição poderá encantar "pequenos" e "grandes".
A Escola Carlito Maia foi grande parceira do casal, oferecendo o local, ajudando na montagem e cuidando do coquetel.
"Nossos agradecimentos especiais à Presidente do Conselho de Administração da Associação Escola Carlito Maia, Dulce Maia" destacou ainda Renate Esslinger.
"Gosto de enrosco"
"Gosto de enrosco"

ATÉ A VOLTA, AMIGOS!

Meu marido e eu adoramos receber visitas. Há os que chegam para passar dois dias, há aqueles que preferem um final de semana prolongado e tem até gente que vem de outro continente e passa um período mais longo conosco.
Hoje vou me ater a um casal que aterrissou (literalmente) em casa em novembro, inesperadamente para ser bem sincera. Sem mais nem menos. Como foram relativamente discretos, demoramos para perceber que tínhamos companhia.
01Custou um pouco, mas localizamos o alojamento deles. Estavam dentro da chaminé, acho que da metade para cima. Munidos de muita curiosidade, resolvemos averiguar de perto. Como nossa lareira é enorme e permite que uma pessoa fique de pé dentro dela, usamos uma lanterna e conseguimos avistar o casal, bem como um ninho com 6 ovos brancos, relativamente grandes. Ficamos surpresos, mas tínhamos certeza de que passaríamos maravilhosas horas aguardando os rebentos.
02No início de dezembro, alvoroço em dobro na chaminé. Após um período de aprox. 25 dias de incubação, filhotes famintos piavam sem parar. Afinal, quem tem fome abre o bico e não poupa o ouvido de ninguém, em momento algum.
O Natal se aproximava e continuávamos sem definição quanto à espécie que se alojava em nossa casa em época tão festiva. Os “pequeninos” cresciam e a cantoria provocada pela fome continuava. Testemunhamos incansáveis idas e vindas dos pais, sempre preocupados em alimentar adequadamente os rebentos.
03Como vocês podem imaginar, meu marido registrou diversos momentos ao longo do tempo, sempre de dentro da lareira. Com uma das mãos levava para o alto da chaminé o monopé com a máquina fotográfica e com a outra efetuava o disparo com o controle remoto.  04
Passado o Natal, decidimos enviar algumas fotos para o fotógrafo Edson Endrigo, especializado em aves. A resposta veio rapidamente e resolvido estava o mistério em torno de nossos visitantes. Chaetura meridionalis, eis o nome da ave em latim. Em português, andorinhão-do-temporal.
05Trata-se de uma ave com aprox. 11 cm de comprimento, asas longas e cauda relativamente curta, considerada bastante vocal, cuja alimentação são insetos capturados durante o voo.
Seus ninhos, construídos com ramos secos, unidos por saliva, são fixados internamente nas chaminés das residências ou outras construções, bem como em troncos ocos de árvores. Costumam botar de 3 a 4 ovos, mas nossas fotos provam que este número pode chegar a 6.
06Quanto ao ninho, confesso que ficamos boquiabertos. Toda vez que lançávamos nosso olhar para os ovos e mais adiante para os filhotes, temíamos que tudo e todos viessem abaixo. Como sempre gostamos de oferecer conforto e segurança aos hóspedes, pensamos até em forrar o chão da lareira para o caso de um acidente. Obviamente não passou de uma ideia maluca.
O tempo passou e felizes entramos no novo ano. Nossos hóspedes certamente não perceberam a virada do ano e continuavam firmes e fortes no alojamento que haviam escolhido já fazia aprox. um mês. Entrementes, cobríamos o chão da lareira com jornais por razões bastante óbvias e a limpeza era efetuada com frequência. No início de cada noite éramos brindados com muita cantoria. Não se tratava mais de “pequeninos” piando sem parar, era a família entoando melodias harmoniosas, calmantes.
07Em 13 de dezembro, reboliço geral. Dois filhotes resolveram fazer um voo de reconhecimento da sala no início da noite, provavelmente para matar o tédio causado pelas paredes da chaminé. Um deles acabou voltando rapidamente para seu alojamento, mas o segundo parecia disposto a dar um giro maior pela casa. Tivemos de interferir, inclusive para evitar que se ferisse. Uma vez seguro nas mãos de meu marido, tirei uma foto de perto e pudemos nos certificar da “graça” da espécie. Em seguida o pequenino foi recolocado na chaminé.
Em 19 de janeiro nossa última foto. Mas não pensem que a família saiu em retirada. Nada disso. Pais e filhotes saíam todas as manhãs e retornavam no final da tarde para o merecido descanso. Compreendemos então que nossa chaminé havia sido transformada no lar de uma pequena família feliz.
Com esta certeza, começou nossa preocupação em relação à funcionalidade de nossa lareira. Tudo começou com ovinhos em novembro e era início de abril. E se fizesse bastante frio? Como poderíamos acender a lareira? No mínimo espantaríamos os pássaros e deixaríamos de ser bons anfitriões. Prejudicaríamos nossa reputação.
Resolvemos “desligar” e aguardar. Deu certo, pois a natureza deu conta do recado. O andorinhão-do-temporal é uma ave migratória no Sul e Sudeste, desaparecendo durante o outono/inverno para procurar áreas mais propícias para alimentação. Será que a família anotou direitinho nosso endereço? Sou otimista. Até a volta, amigos!
Texto: Renate Esslinger
Fotos: Árpád Cserép.
NOTA DA REDAÇÃO:
Os autores dos artigos e fotos da coluna "Câmera ao alvo!" são merecedores de nosso aplauso e todo o carinho pelo cuidado com o qual elaboram cada nova contribuição enviada ao Canal39.
Essa ação de divulgar as maravilhas da Natureza, exercendo a plena sensibilidade, muito enriquece a vida daqueles tantos que podem ter acesso a esse trabalho magnífico.
Parabéns e obrigado, Renate e Árpád.
Marcos Ivan de Carvalho
Diretor

DE LACRE SIM, LACRADO NÃO

Um barulho diferente, sem dúvida advindo de um bando de aves num pedacinho específico do terreno. De mansinho nos aproximamos e verificamos tratar-se de uma ave com muito charme, especialmente pelo tom de seu bico e da risca ao redor dos olhos. Cerca de seis indivíduos de aprox. 12 cm de comprimento fazem a festa no pequeno capinzal.Assim foi  nosso primeiro encontro.
Recorremos ao nosso livro e lá este ele, o bico-de-lacre, cientificamente conhecido como estrilda astrild,em Minas Gerais como beijo-de-moça, em Santa Catarina como bico-de-lata e no Espírito Santo como bombeirinho. Um pássaro presente em todas as regiões do Brasil.
Bastante semelhantes às fêmeas, os machos possuem um tom mais avermelhado no peito e a base inferior da cauda é preta. Nada que possamos ver de imediato, mas com um pouco de observação é possível distinguir o macho da fêmea. O filhote tem, entre outros, o bico preto.
Adulto e filhotesPassados alguns meses, percebemos no início do ano um casal de bico-de-lacre ocupado em construir um ninho nas proximidades de nossa varanda. Atenção redobrada, do casal e nossa.
Localizamos o ninho em uma buganvília de médio porte, mas não pudemos contar os ovos porque o bico-de-lacre faz seu ninho de forma esférica ou oval, com paredes grossas, acessível por um tubo estreito. É para ninguém bancar o intrometido.
Casal namorando
Enquanto aguardávamos os rebentos, a máquina fotográfica registrou diversos momentos do exuberante casal. Também fizemos a nossa lição de casa e confirmamos que nosso novo inquilino foi introduzido no Estado de São Paulo por volta de 1870, trazido da África Meridional. Portanto, uma espécie exótica. Sorte a dele que seu principal alimento, o capim-colonião, também foi introduzido no Brasil por meio dos colchões dos escravos africanos, preenchidos com este capim.
bico-de-lacre próximo ao ninho
Numa bela manhã de muito sol e calor atípico no final de janeiro, sem qualquer aviso prévio, uma cantoria diferente, quase infernal. Corremos ambos para identificar o que estava acontecendo. Era o bico-de-lacre com seus filhotes fazendo a maior algazarra, uma forma bastante eficaz de chamar a atenção para os rebentos que acabavam de deixar o ninho. Entendemos perfeitamente que não pretendiam partir mundo afora sem uma despedida adequada. Câmera ao alvo, mais uma vez.
FilhoteEsperamos poder matar a saudade em breve, assim que este casal e seus filhotes crescidos decidirem retornar acompanhados de tantos outros, já que gostam de viver em pequenos bandos. Com alegria receberemos a todos e quem sabe seremos brindados com mais um ninho e muita cantoria. Para o deleite de todos, o bico é de lacre, mas lacrado não.
Texto: Renate Esslinger
Fotos: Árpád Cserép

VIRANDO A PÁGINA

(Texto de Renate Esslinger, fotos de Árpád Scerép)
É hora de encarar o último mês do calendário 2013.
Há os exauridos que estão decididos a abraçar o Natal custe o que custar.

(Foto: Árpád Cserép)
(Foto: Árpád Cserép)
Há aqueles que estão ansiosos para dar as boas-vindas ao novo ano, que já fizeram a lista de promessas, que planejaram uma viagem para descansar corpo e alma.
Tem aqueles, cuja rotina não será interrompida, apesar da virada do ano.
Indiferente de como nos sentimos nesta época, fato é que um novo ano nos espera logo ali adiante. Não precisamos sequer pedir carona, seremos levados por ele, dia a dia, de graça.
Estou bastante animada, feliz ao acordar e ao deitar, em plena harmonia com a natureza que me cerca. Neste mês de dezembro há diversas melodias no ar, prontas a inspirar o ser humano menos atento. São tantas composições diferentes, razão pela qual aguço os ouvidos todos os dias.
Observo também que uma boa parte das aves está ocupada em alimentar seus filhotes, mas há espécies que já criaram seus primeiros rebentos e agora estão construindo novos ninhos ou remodelando velhos. Tem até gente nova no pedaço, certamente material para novos artigos em 2014.

(Foto: Árpád Scerép)
(Foto: Árpád Scerép)
Confesso que não sei bem de quem se trata, mas uma espécie de andorinha fez seu ninho dentro da chaminé. Primeiramente a máquina fotográfica, montada em tripé dentro da lareira, registrou 6 ovinhos. Hoje são 6 passarinhos fora do ninho, segurando-se firmes e fortes na parede áspera da chaminé. Quando os adultos chegam com alimentação, a festa é enorme, o som nos aposentos da casa chega a ser lindamente ensurdecedor. O jeito é correr atrás de um ornitólogo para definir a ave em questão e informar vocês mais adiante.
Vejo que o relógio continua avançando, sem perdão. Não me incomodo, sei que estou pronta para o final do ano e para o novo ano.
Que venha o Natal, singelo e verdadeiro! Que reine harmonia em 2014! Que tenhamos muita saúde, inclusive para lutar pela natureza e, principalmente, para dela desfrutar!
Viro a página para poder continuar a história.
Renate Esslinger

NEM SÓ DE FUBÁ

Popular e estimado ele é, ninguém duvida. Até tema de um conhecido choro de Zequinha de Abreu ele virou. Tem jeito de malandro, chega a ser atrevido.
Nomes não tem poucos, a começar pelo científico: Zonotrichia capensis. Também é conhecido por salta-caminho, mariquita-tio-tio, maria-judia, Jesus-meu-Deus, piqui-meu-Deus, toinho e na minha terra, Paraná, eles o chamam de tiquinho. Para mim, simplesmente perfeito e adequado.
(Foto: Árpád Cserép)
(Foto: Árpád Cserép)
De porte médio com seus 15 cm de comprimento, distingue-se pela sua coloração rajada de marrom, negro e cinza. O charme todo fica por conta de seu topete. Não há dimorfismo sexual evidente, mas as fêmeas costumam ser um pouco menores e ter coloração mais apagada.
Sua familiaridade com os humanos e seu canto melodioso fazem dele um pássaro venerado por crianças e adultos, apesar de que muitas vezes, sem razão aparente, ele é confundido com o pardal.
tico tico002Tenho para mim que ele está sempre em espírito de festa, não importa se a dois ou em grupo. Quando não quer companhia, costuma fechar a cara, vestir sua roupa de briga e defender seu território com veemência. Prova de que tamanho não é documento. Pode ser visto em paisagens abertas, plantações, jardins, pátios e coberturas ajardinadas de edifícios. Em suma, qualquer cantinho vira seu lar, doce lar e qualquer cozinha aberta pode ser sua praça de alimentação.
tico tico001Sementes, brotos, frutas e insetos fazem parte de sua dieta alimentar. Cá entre nós, ele não é nada seletivo. Come de tudo e mais um pouco, ao menos no território ao alcance de minha vista. As demais aves precisam ficar bem espertas, pois do contrário não sobra nada para elas.
Traço interessante deste pequeno e ágil pássaro é a técnica de esgravatar alimento no solo por meio de pequenos pulos. Desta forma ele remove a camada superficial de folhas ou terra solta que recobre o alimento e podemos ter a impressão de que ele está dançando. Confesso que já vi coreografias melhores, mas sua apresentação não deixa de ser curiosa.
O tico-tico é a principal vítima do chupim (Molothrus bonariensis), que costuma botar seus ovos no ninho do tico-tico, que os choca e alimenta como se fossem seus. Chego a ficar revoltada com o abuso dos pequenos chupins, definitivamente maiores que a „mamãe”, implorando por comida o tempo todo e durante um período bem longo.
Há informação de que a população do tico-tico tem decaído em alguns locais e esta redução é atribuída, entre outros possíveis fatores, ao aumento na população do chupim. No entanto, fico bastante aliviada em saber que foi classificado como espécie em condição pouco preocupante e estima-se que sua população possa chegar a 50 milhões de indivíduos.
É primavera. Ao meu redor tem tico-tico „dançando”, tem chupim clamando por comida. De forma magistral a natureza se exibe à procura de seu equilíbrio. Como espectadora aplaudo o grande espetáculo ao ar livre. Não interfiro, apenas observo e registro que nem só de fubá vive o tico-tico.
A fim de evitar mal-entendidos, mantenho a porta da cozinha fechada.
(por Renate Esslinger)



COLEIRINHO, PRETO NO BRANCO

Já faz algum tempo, mas recordar é viver.
Numa bela manhã de fevereiro a varanda recebeu visitantes muito charmosos e nossa rotina tomou novas dimensões.
Entre os diversos tipos de acomodação que oferecemos, o casal ficou com a falsa-violeta-africana  (streptocarpus saxorum). Uma escolha sábia para quem estava determinado a construir um aconchegante ninho.
Decidimos observar tudo bem de perto e garantimos que foram incansáveis idas e voltas, sempre algo minúsculo no bico do macho ou da fêmea para dar forma e acabamento ao ninho.  Durante aprox. 2 semanas a comunicação entre o macho e a fêmea foi constante. Eram melodias distintas, dele e dela, apesar de constar que a fêmea não é canora. O macho, sempre muito atento,  espantava, sem titubear um segundo sequer,  os concorrentes que chegavam perto demais. De certa forma reinava harmonia e ao anoitecer o casal se despedia da varanda para dormir o merecido sono no bambuzal. Completado o ninho, dois ovos passaram a ser chocados pela fêmea e valentemente defendidos pelos pais contra predadores. Persistência não faltou, nem nossa em observar o casal.
Coleirinho macho (Foto: Árpád Cserép)
Coleirinho macho (Foto: Árpád Cserép)
Cerca de duas semanas se passaram e os filhotes puderam ser avistados no ninho. A varanda ganhou mais vida ainda, pois pais e filhotes passaram a pousar pertinho de nós e bicos famintos eram alimentados incansavelmente. Um casal exemplar, não há dúvida.
coleirinho (Sporophila caerulescens) mede cerca de 11 cm de comprimento, sendo que o macho tem a parte superior cinza-escura, face, garganta e colar negros, ventre branco ou amarelado. A fêmea é pardacenta e muito similar à fêmea do bigodinho (http://www.canal39.com.br/camera-ao-alvo/).
O bico forte desta espécie facilita quebrar as sementes, sua principal alimentação.  O nome popular papa-arroz vem do hábito de usarem plantações de arroz como fonte de alimentação.  Além do arroz, adaptaram-se às várias gramíneas trazidas da África e a braquiária parece ser a base de sua alimentação em áreas alteradas pelo homem. O peso reduzido permite a esta ave alcançar as sementes de gramíneas trepando pela haste das plantas.
Fêmea do coleirinho (Foto : Árpád Cserép)
Fêmea do coleirinho (Foto : Árpád Cserép)
Fora do período reprodutivo é uma ave de comportamento gregário, vivendo em grupos de 6 a 20 indivíduos. Forma inclusive grupos mistos com outras espécies de papa-capins e tizius.
Seu canto é muito apreciado e a captura indiscriminada constitui sua principal ameaça, o que me leva  a pôr, mais uma vez, o preto no branco.
As populações mais meridionais são migratórias e deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios. Nenhum coleirinho por aqui hoje. É agosto, o frio chegou à cidade de Cunha.
por Renate Esslinger

PERNAS PRA QUE TE QUERO

Pernas, para que te quero!
Inicialmente, peço licença para usar uma exclamação gramaticalmente incorreta, mas que julgo caber aqui. Vamos ver se você concorda.
Pernalta com certeza, peralta também. Garantia eu dou, estendida, sem pagamento adicional. Tímida? Consta que sim, mas costumamos observá-la bem pertinho da casa, de nossa janela e muitas vezes a surpreendemos na varanda. Como disse meu pai um dia desses: “Tem um pássaro preto na varanda!”
Olhos, pernas e pés vermelhos, dorso castanho-esverdeado, pescoço e cabeça cinzentos, peito castanho-ferrugem e o bico é amarelo-esverdeado. Seu canto pode ser ouvido principalmente ao alvorecer e ao cair da tarde e costuma ser um dueto entre os membros de um par, mas nossa experiência garante que esta ave prefere um coro (quase ensurdecedor) com seus vizinhos. Não reclamamos, já nos habituamos. Quando temos hóspedes, a coisa pode pegar para valer e costumamos dizer que ensurdecedor é conviver com buzinas, motores desregulados e freadas bruscas. A natureza não incomoda, basta interagir sabiamente com ela. Negativa poderia ser sua influência, caso acreditássemos na crença popular que seu canto é prenúncio certo de chuva. Estaríamos então flutuando num imenso rio e este artigo não poderia ser publicado, pois são inúmeros os exemplares da espécie que nos rodeiam e cantam sem igual.
Por tudo que já pudemos observar, esta ave é desajeitada e elegante ao mesmo tempo. Sabemos que voa, mas usa as pernas como principal forma de escape, inclusive para fugir das lentes da máquina fotográfica. E confesso que é bastante ágil. Sorte a nossa que a paciência de Árpád é frequentemente recompensada!
Onívoras, alimentam-se de sementes, capim, frutas, larvas de insetos, pequenos peixes e crustáceos, sempre apanhados no chão, entre as folhas da mata ou do brejo, bem como na água rasa. Como as galinhas, ciscam a terra e folhas com os bicos. Um galinheiro repleto de milho e outras delícias facilita bastante encher a pança. Várias vezes pudemos observar nosso galo garnisé afugentando irado a invasora atrás de rango fácil. Uma cena engraçada, pois quando espantada, seu voo, sem o dileto acento, é curto, desajeitado e com as pernas pendentes. E tenho para mim que assim sempre foi, mesmo quando em voo acentuado. E assim sempre será.
Sem dimorfismo sexual, seu tamanho varia entre 35 e 40 cm. É o que dizem as más línguas, mas confesso que jamais conseguimos apanhar um exemplar para tirar a dúvida.
Eis que encerro aqui este caso amoroso entre um lindo exemplar do mundo alado e um casal fascinado pelo que na natureza se encerra. Certos de que ouviremos o canto da saracura-do-mato ao amanhecer, dormiremos o sono dos abençoados.
(por Renate Esslinger / Fotos: Árpád Scerép)

MAIS UM BEIJA- FLOR

(por Renate Esslinger, Cunha)

Este ano ele ainda não nos visitou.
Falo do Phaethornis pretrei, conhecido por beija-flor-de-rabo-branco ou rabo-branco-de-sobre-amarelo. Sorte que pudemos capturar algumas imagens durante sua última passagem pelo nosso  jardim!
Medindo cerca de 15 centímetros, encanta facilmente pela sua beleza. Destaca-se, entre outros, por sua  cauda longa, graduada e orlada de branco.
Nas partes inferiores e no dorso predomina uma cor de canela. A base da mandíbula é vermelha. A exemplo de outras aves, o rabo-branco-de-sobre-amarelo tem diferentes cantos, mas não tivemos a oportunidade de registrá-los.
Alimenta-se de néctar e pequenos artrópodes. Atrás de teias de aranha, percorre diferentes lugares, inclusive beirais e o interior de residências. Afinal, diversos insetos costumam ficar presos em teias. Desse hábito nasceu o seu nome comum de limpa-casa.
Voa em locais abertos, mas pousa abrigado nas sombras. Inquisitivo e pouco temeroso, aproxima-se a curtas distâncias, parando abruptamente e repentinamente junto ao rosto do observador estupefato. De pertinho tivemos a chance de observar seu hábito de balançar a cauda ritmicamente para cima e para baixo quando pousado.
Foto: Árpád Cserép, Cunha.
Espero que vocês apreciem as fotos de Árpád e aguardo ansiosa o retorno do lindo rabo-branco-de-sobre-amarelo.
Quem sabe ele aparece hoje ou amanhã no seu jardim!
NOTA DA REDAÇÃO:
A autora, Renate Esslinger, e seu marido, Árpád Cserép,  mantêm um projeto próprio de proteção aos pássaros, combatendo a caça e o tráfico das espécies que habitam a Região.
Por meio desse projeto, o “Canto sem fronteira” tem uma de suas ações voltadas às escolas, nas quais o casal comparece e ministra palestras preservacionistas.
O Canal39 se orgulha em poder divulgar tão importante e sensível trabalho.

UM TESOURO DE BEIJA-FLOR

O beija-flor, também conhecido como colibri, cuitelo, chupa-mel e chupa-flor, entre outros,  é sinônimo de cor, graça, velocidade, agilidade. Um verdadeiro acrobata do ar, o único pássaro que consegue voar para trás. Suas asas podem bater entre 50 a 80 vezes por segundo, dependendo da espécie. Seu ritmo cardíaco é de aprox. 1.200 batidas por minuto durante o vôo. Ao pousar para descansar, seu coração bate, em média, 400 a 600 vezes por minuto. Para dormir o colibri entra em estado de torpor e seu batimento cardíaco cai para aprox. 30/40 vezes por minuto.
Tesourão (Foto: Árpád Cserép)
Como nosso país é grande, abençoado por Deus e bonito por natureza, abriga diversas espécies desta surpreendente ave. Hoje vou falar de uma espécie, cuja cauda dividida no meio lembra uma tesoura e cujo nome popular é tesourão. O beija-flor eupetomena macroura, também conhecido por beija-flor-tesoura, é uma das espécies mais comuns no Brasil, frequentando, inclusive, a cidade de São Paulo.
Um exemplar adulto mede entre 15 e 17 cm, sendo que sua cauda toma quase 2/3 do tamanho total. Sua coloração é igual em ambos os gêneros, mas a fêmea pode ser levemente mais escura e menor.  Nove gramas é o peso médio de um adulto.
Árpád e eu o apelidamos, sem piedade, de “briguento”, já que é um territorialista de primeira ordem. Quando há mais de um no mesmo “canto” do jardim, o cenário fica bastante interessante e quase perigoso. Tanto o “dono do pedaço” como o invasor acabam fazendo lindas acrobacias aéreas, sem dar a mínima para qualquer intruso “humanoide” que esteja em seu caminho. Vôos rasantes podem nos desnortear um bocadinho, pois temos a nítida impressão de que somos alvo de ataque. Em outras circunstâncias, a presença humana não chega a incomodar o tesourão.
Sua alimentação consiste basicamente de néctar de flores, mas também caça pequenos insetos.
Neste imenso mundo nosso não há provavelmente uma única pessoa que queira distância de beija-flores. Pelo contrário, é sabido que as pessoas fazem de tudo para ter alguns deles por perto e muitas vezes tentam atraí-los com água açucarada, que poderá fermentar e eventualmente causar fungo no bico da ave. A lavagem diária do recipiente contendo o preparado evita a fermentação, mas duvido que estejamos realmente dispostos a fazer uma boa limpeza diária. Em casa optamos por água pura e um ambiente que atrai as aves. Sempre que possível, temos por perto as plantas prediletas das diversas espécies que costumam frequentar nosso “pedaço”.
Ninho de Tesourão (Foto: Árpád Cserép)
Imensa foi nossa alegria ao descobrirmos o ninho de um beija-flor-tesoura bem pertinho de nós. Pudemos observar cautelosamente os movimentos da “mamãe” e ver de perto os detalhes do colorido ninho construído a partir de fibras vegetais, fragmentos de folhas, musgos e liquens, presos com teias de aranha.
Beija-flor, puro encanto, acentuada joia da natureza, mesmo sem o acento que eu tanto queria de volta!
por Renate Esslinger

BIGODINHO

Uma simpatia de aproximadamente 11 cm de comprimento, ele e ela. Quanto à cor, realmente uma questão de gosto. De plumagem preta e branca, o macho apresenta bico escuro. A fêmea é  parda e seu bico puxa para os tons amarelos. O dimorfismo sexual é evidente.
Fêmea com filhotes. (Foto: Renate Esslinger)
Sporophila lineola em latim. Bigodinho, bigode, uma alusão às manchas brancas nas bochechas, papa-capim, estrelinha, cigarrinha, gola-careta ou caretinha, seu nome em diversas regiões brasileiras, já que este pássaro ocorre praticamente em todo o Brasil. Ele é um dos meus, gosta mesmo de regiões mais quentes, migrando para a Amazônia e para os estados do Nordeste durante o inverno na região sul.
Sua alimentação não tem nada de complicado, pois este gênero de pássaros alimenta-se basicamente de sementes.
Como o gênero Sporophila compreende mais de 25 espécies no Brasil, sendo que as fêmeas são todas pardas e praticamente impossíveis de serem distinguidas, a fêmea apresentada aqui levantou dúvidas, inclusive entre ornitólogos que consultei rapidamente. Sua identidade acabou sendo confirmada pelo macho, o qual observei voando nas proximidades do ninho, sempre alerta.
Bigodinho macho (Foto: Árpád Cserép)
Pessoalmente vivenciei o fato de que a fêmea do bigodinho não deixa necessariamente o ninho ao nos aproximarmos, tanto que pude tirar a foto de perto sem perturbar a mamãe. Primeiramente, ela mostrou-se um pouco zangada, mas acalmou-se ao entender que não havia perigo. No caso da fêmea do coleirinho, outro pássaro do gênero, também comum em nosso jardim e do qual falarei em outra ocasião, a fêmea deixa o ninho ao perceber nossa aproximação.
Devido ao canto, o bigodinho é muito apreciado. Consta que a captura para o comércio ilegal, bem como as  alterações ambientais, reduziram seus números em boa parte do Brasil, especialmente no Nordeste.
Por isto e tanto mais continuo apostando na campanha “Canto sem Fronteira”. Acabo de reiniciar as visitas a escolas. 2013 promete.
Renate Esslinger
Cunha/SP

CARNAVAL, MEU BOM E VELHO CARNAVAL

Lembro bem da época em que frequentava, na cidade grande, bailes de carnaval, daqueles onde à tarde você via a família reunida, dançando ao som de uma banda, entoando inúmeras marchinhas, bebendo o refrigerante da época e comendo pipoca.
Era a matinê.
Banda Furiosa (Cunha) (Fotos e montagem: Renate Esslinger)
À noite faltavam apenas as crianças, o resto da família repetia geralmente a dose da tarde,  sem apresentar cansaço e trocando o refrigerante por uma cerveja geladinha.
Recordo bem que exageros havia relativamente poucos, ao menos nos clubes em que costumava pisar. A banda podia ser outra, mas as marchinhas da matinê costumavam ser repetidas no baile da noite.
Mais "Furiosa" (Cunha, SP) (Foto:Renate Esslinger
Afinal, por que trocar o repertório que faz sucesso?
Fotos e montagem: Renate Esslinger.
Moro na Estância Climática de Cunha e tenho a felicidade de poder voltar aos velhos tempos, não do clube com suas matinês e seus bailes da noite. Não.
Mas posso  ir à praça para curtir marchinhas, entre pais, mães, avós, avôs, tios, tias e os bonecos Dengosa e Boi Amoroso, integrantes da Banda Furiosa (http://bandafuriosacunhasp.blogspot.com.br/),  a qual costuma animar as tardes carnavalescas de Cunha com as marchinhas que jamais apagarei de minha memória, ao ritmo das quais me empolgo e volto a gingar. Animada, não pude deixar de registrar alguns momentos do dia 10 de fevereiro de 2013.
O carnaval deste ano passou e sigo meu caminho contente, levando boas recordações. Cunha,   envolta em serenos tons de uma esplêndida natureza, localizada estrategicamente entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, aguarda sua visita.
Renate Esslinger
Cunha/SP

DOCE CAMBACICA

por Renate Esslinger
Momento de muita sensibilidade e paciência, dons incríveis de Árpád Cserép.
Ave pequena, bastante ativa, de aprox. 11 cm e 10 gramas, sem dimorfismo sexual significativo. Vive solitária ou aos pares, tem o dorso marrom, o peito e o abdômen amarelos, o pescoço cinza e a cabeça listrada preta e branca.
Apresento aqui uma série de nomes e você escolhe um do seu gosto: cambacica, coereba flaveola em latim, mariquita em diversas regiões do Brasil, chiquita para os cariocas, sebinho para o mineiro, cabeça-de-vaca no interior de São Paulo, sebito para os pernambucanos, sebinho ou papa-banana para os gaúchos, saí e tem-tem-coroado no Pará, sibito-de-manga no Maranhão e, menos elegantemente, caga-sebo aqui e acolá.
Alimenta-se de néctar, frutas e artrópodes, tornando-se acrobata de primeira linha para coletar seu alimento, pendurando-se, inclusive, de ponta-cabeça. Precisando, disputa com os beija-flores um lugar ao sol junto aos  bebedouros de água açucarada, dos quais não sou particularmente partidária, visto que o uso de açúcar comum ou mel em bebedouros é condenável, pois são produtos que fermentam rapidamente, podendo contaminar as aves com fungos que causam uma micose e podem levar à morte.
Como já mencionei em outros artigos, preferimos espalhar “banheiras” de água fresca pelo jardim, das quais esta pequena ave faz muito uso, banhando-se às vezes, sem qualquer exagero de minha parte, durante 5 minutos seguidos. Pessoalmente, vibro muito sempre que presencio o ritual de banho (bem tomado), com direito a diversos mergulhos e tudo, após o qual sou obrigada a repor a água da “banheira”. Curiosa, fui verificar porque esta ave vive tomando banho. Adivinhem! Como se lambuza de néctar, fica pegajosa. E aí só um bom banho para ficar limpinha.
Comedora de saborosas frutas, esta ave aprecia muito mamão, jabuticaba, laranja, melancia e, claro, uma boa banana madura. Daí vem seu nome em inglês “bananaquit”.
Querem saber de uma coisa? Gracioso mesmo é o seu nome em alemão, o qual descobri por acaso ao assistir, via Internet, a um interessantíssimo programa sobre beija-flores no canal alemão ARD: “Zuckervogel” (ave-açúcar). Doce cambacica!
 Nota da Redação:
Renate Esslinger e Árpád Cserép formam um casal incrível!
Ela, com estupenda percepção e experiência profissional, desenvolve textos cativantes.
Ele, mestre da paciência e da sensibilidade, capta - com seu equipamento - momentos de total simplicidade, os quais muitas vezes "gritam" aos olhos de todos nós e não são percebidos e memorizados.
Essa coleção de fotos e textos dessa dupla de pessoas que amam o belo engrandece o trabalho por nós desenvolvido aqui no Canal 39.
Marcos Ivan
Diretor
www.canal39.com.br

CUNHA MOSTRA JANELAS DE PORTUGAL

O Festival de Verão de Cunha já começou.  Na praça da Matriz, os tradicionais shows, as barracas com bebidas e diversas guloseimas.
No último dia 18, o Secretário de Cultura, Otávio Kalckmann, abriu a exposição Janelas Portuguesas, a qual apresenta 24 fotografias de Hênio Souza, vencedor do concurso cultural Pousadas de Portugal, e poderá ser visitada até o dia 12 de fevereiro de 2013, das 10 h às 17 h, no Centro Cultural Lavapés, Rua Arantes Filho s/n°, nas proximidades da Casa do Artesão.
Aproveitei o coquetel de abertura para encontrar políticos da cidade, ouvir lindos fados e entrevistar Paulo Machado, diretor de Turismo de Portugal do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, bem como o fotógrafo Hênio Souza. Que tal dar uma espiada no vídeo? Quem sabe você se anima a visitar Cunha, a exposição e, mais pra frente, Portugal e suas belezas! Afinal, 2013 é o ano de Portugal no Brasil.
(Renate Esslinger, Cunha/SP)