Azul que também quero verde!
Nada
discreta, esta ave nos deixa boquiabertos as poucas vezes que resolve aparecer no
jardim. O macho, de azul intenso, face e garganta pretas e ventre branco, sabe
como ser imponente, apesar de tímido. Não permite que cheguemos perto para
tirar fotos. Ainda por cima há o fato de que nem sempre estamos com a máquina
fotográfica pronta no momento em que ele sorrateiramente aparece.
Nesta
espécie, o dimorfismo sexual (a diferença entre o macho e a fêmea) é bastante
acentuado e espero que as mulheres não se sintam ofendidas, mas a fêmea não
chega aos pés do macho, apesar de ser (discretamente) charmosa. Confesso que
sua cor verde tem efeito relaxante sobre mim.
De bico
curto, boca grande e larga, esta ave alimenta-se de frutos e insetos que
costuma apanhar no ar. Um fruto de caroço muito grande tem a sua polpa retirada
no esôfago e o caroço é regurgitado e dispersado no solo. Mais uma espécie para nos ajudar na
preservação de ricos frutos!
Como costuma escavar barrancos para a
nidificação, é compreensível que não tenhamos verificado ninhos desta espécie
em nossa propriedade. E, apesar das aves desta espécie terem o costume de se agruparem
em sociedade relativamente estruturada, nossos registros são de indivíduos
isolados e casais.
Sem dúvida uma ave que merece nossa atenção. Quando
sobrar um tempinho, pode dar uma pesquisada na Internet. Vale a pena, você vai
encontrar filmes e fotos lindas. Meu marido Árpád, responsável por grande parte
da cobertura fotográfica dos artigos que escrevo, já fez alguns registros, mas
apenas dois têm o mínimo de qualidade para acompanhar este artigo, ressaltando
que a fêmea foi fotografada em 2015 e o macho há aprox. 1 mês, quando fez uso
de uma de nossas “banheiras” para aves, localizada no solo. Podemos dizer que
confiou no “pedaço”, pois bebeu água e chegou a banhar-se.
Há cerca de uma semana meus olhos (e infelizmente apenas meus olhos) tiveram o prazer de registrar um momento
singular. O macho e a fêmea usaram juntos uma de nossas “banheiras”.
Quem sabe consigo uma foto num outro dia! Tenho de ficar esperta nas primeiras
horas da manhã e antes do anoitecer.
Empolgada em compartilhar os raros
momentos vivenciados ao lado de tão belo exemplar de nossa fauna, quase esqueço
de deixar registrado o nome de tanta formosura. Cientificamente conhecida como tersina viridis, esta ave de aprox. 14
cm de comprimento pesa, em média, 30 gramas e leva nomes populares como
saí-andorinha, saíra-andorinha, sanhaço-do-barranco, sairão, entre outros.
Lembremos que o tráfico de aves
silvestres é crime. O projeto Canto sem Fronteira, de cunho particular, desenvolvido
na região de Cunha, continua firme e forte desde 2012, percorrendo escolas da
região e esclarecendo crianças e adolescentes.
Confio na sorte e sei que poderei admirar muitos
exemplares do saí-andorinha nas nespereiras de casa, carregadas de frutos. Salve
o azul que também quero verde!
Renate e Árpád, parabéns por mais este lindo trabalho.
ResponderExcluirVocês são "demais"...
Abraços,
Adenil
Simplicidade na atitude e grande vontade de contribuir. Abraço amigo! Gratidão pelo apoio.
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