Cutipuruí, mais uma ave no Canal39
21 de dezembro de 2014
(by Renate Esslinger)
Assim que você conseguir pronunciar o nome da ave sem hesitar, pode considerar-se, ao menos em parte, cidadão da Amazônia ou do Pará. No Rio de Janeiro preferem chamá-la de cambaxirra. Cientificamente recebeu primeiramente o nome detroglodytes aedon, mas como resultado de diversos estudos, esta designação ficou restrita à América do Norte e México. Na região ao sul do México recebeu o nome detroglodytes musculus (troglodytes = aquele que mora em cavernas e musculus =pequeno rato, camundongo). Ou seja, pequeno rato que habita as cavernas. No entanto, a União Internacional para Conservação da Natureza e o Sistema Integrado de Informação Taxonômica não reconhecem a existência da espécie troglodytes musculus. Honestamente esta discussão não me sensibiliza e nas minhas andanças com a campanha „Canto sem Fronteira” ela é apresentada como corruíra. Simples e descomplicado.
Grande cantadora, sua constante presença enche nosso espaço de alegria. Na primavera não cansamos de acompanhar atentamente seus vôos à procura de um local adequado para seu ninho e nosso suporte de mangueira deverá ganhar no próximo ano uma placa indicando que o local está reservado para um casal de corruíras.
Medindo cerca de 12 cm de comprimento, esta ave cabe na palma da mão. De bico longo e plumagem parda, saltita muito no solo e é extremamente ágil, realizando curtos voos, certamente tônicos apesar da retirada do acento, à procura de larvas, aranhas e insetos. Também come lagartixas, sementes e pequenos frutos. É uma espécie sem dimorfismo sexual e os pais se revezam nos cuidados com os filhotes.
Felicidade maior é saber que não apenas moradores da zona rural podem conviver com a corruíra, já que é bastante comum e habita inclusive os arredores de casas e jardins no centro de cidades. É só ficar de olho bem aberto e você será conquistado por esta formosura buliçosa.
Enquanto digito as últimas linhas deste artigo contemplo uma corruíra em uma de nossas banheiras improvisadas. Certo é que esta espécie curte um bom banho.
É tempo de festa. A cada um dos leitores desejo um Natal repleto de harmonia e para o novo ano aproveito uma parte da lista de Carlos Drummond de Andrade em sua poesia „Desejos”:
Desejo a vocês fruto do mato, cheiro de jardim, noite de lua cheia, rir como criança, ouvir canto de passarinho, um violão, uma seresta, ouvir a chuva no telhado… E muito carinho meu.
Renate Esslinger
22 de dezembro de 2014 às 16:05
Um ano novo com muita paz e a beleza da natureza
22 de dezembro de 2014 às 16:21
22 de dezembro de 2014 às 17:57
22 de dezembro de 2014 às 18:59
22 de dezembro de 2014 às 20:28
23 de dezembro de 2014 às 8:34
23 de dezembro de 2014 às 22:45
Grande abraço, desejando um Natal luminoso de amor.
23 de dezembro de 2014 às 22:54
23 de dezembro de 2014 às 23:30