quinta-feira, 26 de maio de 2016

Cutipuruí, mais uma ave no Canal39

21 de dezembro de 2014
 (by Renate Esslinger)
Assim que você conseguir pronunciar o nome da ave sem hesitar, pode considerar-se, ao menos em parte, cidadão da Amazônia ou do Pará. No Rio de Janeiro preferem chamá-la de cambaxirra. Cientificamente recebeu primeiramente o nome detroglodytes aedon, mas como resultado de diversos estudos, esta designação ficou restrita à América do Norte e México. Na região ao sul do México recebeu o nome detroglodytes musculus (troglodytes = aquele que mora em cavernas e musculus =pequeno rato, camundongo). Ou seja, pequeno rato que habita as cavernas.  No entanto, a União Internacional para Conservação da Natureza e o  Sistema Integrado de Informação Taxonômica não reconhecem a existência da espécie troglodytes musculus. Honestamente esta discussão não me sensibiliza e nas minhas andanças  com a campanha „Canto sem Fronteira” ela é apresentada como corruíra. Simples e descomplicado.
Grande cantadora, sua constante presença enche nosso espaço de alegria. Na primavera não cansamos de acompanhar atentamente seus vôos à procura de um local adequado para seu ninho e nosso suporte de mangueira deverá ganhar no próximo ano uma placa indicando que o local está reservado para um casal de corruíras.
Medindo cerca de 12 cm de comprimento, esta ave cabe na palma da mão. De bico longo e plumagem parda, saltita muito no solo e é extremamente ágil, realizando curtos voos, certamente tônicos apesar da retirada do acento, à procura de larvas, aranhas e insetos. Também come lagartixas, sementes e pequenos frutos. É uma espécie sem dimorfismo sexual e os pais se revezam  nos cuidados com os filhotes.
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(Foto: Renate Esslinger)
 (Foto: Renate Esslinger)
Felicidade maior é saber que não apenas moradores da zona rural podem conviver com a corruíra, já que é bastante comum e habita inclusive os arredores de casas e jardins  no centro de cidades. É só ficar de olho bem aberto e você será conquistado por esta formosura buliçosa.
Enquanto digito as últimas linhas deste artigo contemplo uma corruíra em uma de nossas banheiras improvisadas. Certo é que esta espécie curte um bom banho.
É tempo de festa. A cada um dos leitores desejo um Natal repleto de harmonia e para o novo ano aproveito uma parte da lista de Carlos Drummond de Andrade em sua poesia „Desejos”:
Desejo a vocês fruto do mato, cheiro de jardim, noite de lua cheia, rir como criança, ouvir canto de passarinho, um violão, uma seresta,  ouvir a chuva no telhado… E muito carinho meu.

Renate Esslinger

9 Comentários para “Cutipuruí, mais uma ave no Canal39”

  1. Vera Brandão Diz:
    Lindo! Bela lembrança de Natal!
    Um ano novo com muita paz e a beleza da natureza
  2. Míriam Rossettini Diz:
    Mais uma vez, obrigada pela lição! Boas festas!!
  3. Joás Ferreira Diz:
    Legal, Renate. A beleza está no simples, no detalhe (que você sabiamente vive registrando) e no dia a dia. Como você diz no texto: “Simples e descomplicado”.
  4. Selma Herzberg Diz:
    Lindas fotos. Parabéns pelo trabalho. Muito canto de passarinho, muita amizade, muitas realizações. Feliz Natal e ano novo.
  5. Ricardo Diz:
    Que lindo, Renate e Árpad! Com uma ajudinha destes amigos ninguém fica só…! Amo vocês…
  6. Erika Reck Diz:
    Muito lindo, vocês estão de Parabéns , o texto as fotos está tudo fantástico. Ótima festas para vocês.
  7. Mani Scorza Diz:
    Que legal, Renate, adorei saber mais sobre a corruíra, que eu só conhecia de nome, mas vendo as fotos vou ficar mais atenta por aqui, capaz que logo eu consiga ver e ouvir algumas no meu quintal Mata Atlântica!
    Grande abraço, desejando um Natal luminoso de amor.
  8. Kátia Diz:
    Parabéns pelo artigo, fotos fantásticas; que em 2015 possamos ler mtos artigos como este.
  9. Paulo Dal Pino Diz:
    Nossa fauna agradece o trabalho de voces e esperamos sua continuidade para o 2015 beijos e abraços e muitos cantos e sem fronteiras.

De

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