terça-feira, 14 de junho de 2016

UM TESOURO DE BEIJA-FLOR

O beija-flor, também conhecido como colibri, cuitelo, chupa-mel e chupa-flor, entre outros,  é sinônimo de cor, graça, velocidade, agilidade. Um verdadeiro acrobata do ar, o único pássaro que consegue voar para trás. Suas asas podem bater entre 50 a 80 vezes por segundo, dependendo da espécie. Seu ritmo cardíaco é de aprox. 1.200 batidas por minuto durante o vôo. Ao pousar para descansar, seu coração bate, em média, 400 a 600 vezes por minuto. Para dormir o colibri entra em estado de torpor e seu batimento cardíaco cai para aprox. 30/40 vezes por minuto.
Tesourão (Foto: Árpád Cserép)
Como nosso país é grande, abençoado por Deus e bonito por natureza, abriga diversas espécies desta surpreendente ave. Hoje vou falar de uma espécie, cuja cauda dividida no meio lembra uma tesoura e cujo nome popular é tesourão. O beija-flor eupetomena macroura, também conhecido por beija-flor-tesoura, é uma das espécies mais comuns no Brasil, frequentando, inclusive, a cidade de São Paulo.
Um exemplar adulto mede entre 15 e 17 cm, sendo que sua cauda toma quase 2/3 do tamanho total. Sua coloração é igual em ambos os gêneros, mas a fêmea pode ser levemente mais escura e menor.  Nove gramas é o peso médio de um adulto.
Árpád e eu o apelidamos, sem piedade, de “briguento”, já que é um territorialista de primeira ordem. Quando há mais de um no mesmo “canto” do jardim, o cenário fica bastante interessante e quase perigoso. Tanto o “dono do pedaço” como o invasor acabam fazendo lindas acrobacias aéreas, sem dar a mínima para qualquer intruso “humanoide” que esteja em seu caminho. Vôos rasantes podem nos desnortear um bocadinho, pois temos a nítida impressão de que somos alvo de ataque. Em outras circunstâncias, a presença humana não chega a incomodar o tesourão.
Sua alimentação consiste basicamente de néctar de flores, mas também caça pequenos insetos.
Neste imenso mundo nosso não há provavelmente uma única pessoa que queira distância de beija-flores. Pelo contrário, é sabido que as pessoas fazem de tudo para ter alguns deles por perto e muitas vezes tentam atraí-los com água açucarada, que poderá fermentar e eventualmente causar fungo no bico da ave. A lavagem diária do recipiente contendo o preparado evita a fermentação, mas duvido que estejamos realmente dispostos a fazer uma boa limpeza diária. Em casa optamos por água pura e um ambiente que atrai as aves. Sempre que possível, temos por perto as plantas prediletas das diversas espécies que costumam frequentar nosso “pedaço”.
Ninho de Tesourão (Foto: Árpád Cserép)
Imensa foi nossa alegria ao descobrirmos o ninho de um beija-flor-tesoura bem pertinho de nós. Pudemos observar cautelosamente os movimentos da “mamãe” e ver de perto os detalhes do colorido ninho construído a partir de fibras vegetais, fragmentos de folhas, musgos e liquens, presos com teias de aranha.
Beija-flor, puro encanto, acentuada joia da natureza, mesmo sem o acento que eu tanto queria de volta!
por Renate Esslinger

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